Homem Espiritual

A Ingratidão

Devemos confiar nos ensinamentos de Jesus apreciando-os com a máxima atenção, pois até em oração ensinada por Ele, diz: 'Perdoai nossas dívidas assim como perdoamos nossos devedores'

13 de Maio de 2019, 08:55

Paschoal Cataldi é escritor e empresário

Palavra ligada diretamente ao egoísmo, funesta em sua concepção e formal aos corações endurecidos pela arrogância. Entre tantos significados que compactua com a ingratidão está a mais desprezível, aqui qualificada como “ingratidão dos filhos para com os pais”.

Pesquisando profundamente no Evangelho e livros de origem instrutiva, podemos chegar próximos a conhecer suas causas e efeitos, assim como outros que nos direcionam a uma conclusão sobre os caracteres do pensamento humano.

A palavra morte é entendida por católicos e evangélicos como a ausência do espírito que deixa o corpo inerte. Já desencarne é a forma usada por doutrinas como a chinesa, a hinduísta e várias outras existentes para qualificar o corpo inerte como um material usado pelo espírito para executar o aprendizado necessário para sua evolução através de encarnações – como informado no evangelho de Jesus quando da sua resposta a Nicodemos –, provendo-o de ensinamentos necessários para seu entendimento preciso dos desígnios e criações de Deus. Em apenas uma passagem terrena não é possível adquirir todos esses ensinamentos.

No momento em que a morte ou desencarne sucede, o espirito leva consigo em seu registro flagelos ou austeridade ligados a seu caráter. Outros levam em seu espírito registros de ódio e desejos de vingança. Há, também, aqueles que reconhecem seus erros terrenos e entendem que para chegar a Deus só existe uma estrada, a da caridade. Quando Jesus afirmou a seus discípulos que ninguém chega ao Pai se não for através de si, deu a entender que ninguém chega ao Pai se não for pelo meio de seus ensinamentos, os quais se resumem em “Ama teu próximo como a ti mesmo”.

Ingratidão: corações endurecidos pela arrogância

Fica claro aqui que não existe a caridade se não houver o esquecimento dos desacatos e insultos daqueles que foram implacáveis. Isso quer dizer: perdoar os devedores estritamente. 

Praticando este ato, começam a rever as ações daqueles que curtiram um ódio implacável (e por essa forma despertam seu rancor), deixando brotar o pensamento de perdão – como desistir de si mesmos sobre seus entendimentos propostos, surgindo o passado em sua mente, dando-lhes a comoção de amar aqueles que de alguma forma destruíram suas paixões.

Após alguns anos no mundo espiritual, através de preces e suplícios, é dado ao espírito a oportunidade de voltar ao plano terreno e habitar um corpo que está a se preparar na família que o execrou e então cumprir mais um destino de aprendizado à procura da evolução espiritual até galgar o seio de Deus.

Tudo isso se concretizará em acordo com seu comportamento nessa família, ficando dependente da sua forma de resoluções diante daqueles por quem manteve ódio. Esta deve ser uma prova muito difícil e tudo dependerá da sua força de vontade em ser amigo ou inimigo daqueles que foram colocados à sua volta.

Pelo motivo acima descrito, não se pode somente manter a visão aqui na Terra, pois assim estamos inseridos a acreditar em uma só existência, e cairmos nos ensinamentos errados da posterior vivência eterna do inferno. (Jesus nada relata sobre o inferno).

Portanto, devemos aproveitar a oportunidade dada pelo Pai Eterno e nos redimirmos com nossos inimigos que sempre são colocados na figura de um pai, uma mãe, irmãos, e até mesmo encontrarmos esses “inimigos” na figura de um colega, um chefe e outros.

Devemos confiar nos ensinamentos de Jesus apreciando-os com a máxima atenção, pois até em oração ensinada por Ele, diz: “Perdoai nossas dívidas assim como perdoamos nossos devedores”. Isto quer dizer, como se pode pedir a Deus para nos perdoar se não perdoamos nossos devedores?

Por esse motivo que quando Jesus pronunciou a frase: “Ama teu próximo como a ti mesmo”, Ele balançou os alicerces dos mundos, material e espiritual em que habitamos.

DEUS – Divindade  Espiritual  Universal  Suprema.