Turismo em Pauta

Artesanato de Alagoas é um dos mais variados e ricos do Nordeste

No lagunar Pontal da Barra, os homens são pescadores e as mulheres exímias artesãs; há variedade de produtos, também, na orla da Pajuçara, para visitarmos depois da quarentena

20 de Abril de 2020, 09:55

Ivaldo Pinto é jornalista

Alagoas não é apenas conhecida pela beleza de suas praias, mas, também,  pelo variado artesanato, um dos mais ricos do Nordeste. São trabalhos em palha, madeira, cerâmica, couro, casca de coco, fibra de bananeira e bordados em geral, produzidos por pessoas simples que têm no artesanato a principal fonte de sustento.

O turista, em visita a Maceió, tem como referência do artesanato, na linha de bordados, o bucólico bairro do Pontal da Barra, à margem da lagoa Mundaú, onde os homens são pescadores e as mulheres exímias artesãs. Elas, com seus teares de madeira, produzem belíssimos desenhos em filé – que só existem em Alagoas –, além de renda e labirinto.

No bairro do Pontal, as toalhas de mesa, passadeiras, xales, colchas, blusas e saídas de praia coloridas, confeccionadas pelas artesãs, ficam expostas à porta de suas residências e também são comercializados em vários estabelecimentos da comunidade. Esses produtos, produzidos com esmero, são adquiridos pelos turistas para presentear parentes e amigos.

Há, contudo, uma variedade de artesanato produzido em Alagoas e em outros Estados nordestinos no Pavilhão do Artesanato e na Feira de Artesanato, localizados na praia da Pajuçara e em outra feira de artesanato, Guerreiros de Alagoas, na praça Lions, a poucos metros do local.

Fora dos limites de Maceió, no vizinho município de Marechal Deodoro – a primeira capital do Estado e importante cidade turística –, o filé e o labirinto são a maior expressão na arte de bordados na região. Os produtos são comercializados na sede do município e nas lojinhas de artesanato do povoado do Francês, uma das praias mais frequentadas por turistas em Alagoas.

  • Quem diria, a ensolarada Maceió, um dos mais atraentes destinos turísticos do Brasil, com hotéis, restaurantes, bares, agências de viagens, shoppings, comércio de modo geral, tudo parado (exceto os supermercados),  sem esquecer os trabalhadores informais, em razão da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O quadro é desolador e os prejuízos incalculáveis. Os gestores do Estado e do município têm feito a sua parte, investindo na saúde e tomando decisões importantes para evitar que mais pessoas sejam vítimas desse terrível vírus. Portanto, devemos ficar em casa e tomar todas as precauções, a fim de não sermos contaminados. Vamos, sim, sair dessa e voltarmos às nossas atividades normais do dia-a-dia. Esperamos que não demore muito, pois o turismo alagoano e os demais setores da economia não podem esperar mais.
    Praia da Pajuçara, tudo fechado, quase ninguém nas ruas
  • A fim de auxiliar empresários e profissionais do trade turístico, afetados pela crise econômica e social gerada pela pandemia do novo coronavírus, a Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco e a Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur) lançaram na semana passada, na segunda-feira (13), o Balcão de Informações do Turismo. O trabalho está sendo feito  pelas equipes da Diretoria de Estruturação (DET) e da Diretoria Jurídica que estão aptos a fornecer informações sobre a legislação trabalhista e as opções de financiamentos que podem ajudar a enfrentar este momento difícil. Segundo o secretário de Turismo e Lazer, Rodrigo Novaes, o Balcão de Informações do Turismo disponibiliza informações no site, redes sociais, e ainda conta com atendimento via WhatsApp. Mais informações no site aqui.
  • Uma das grandes atrações turísticas de Delmiro Gouveia, cidade distante 277 km de Maceió, é o Memorial Delmiro Gouveia, moderno equipamento turístico construído para homenagear o visionário industrial cearense Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, que trouxe o progresso ao sertão alagoano. Erguido em parceria com o governo federal, o memorial custou mais de R$ 1 milhão e dispõe de sala de exposição permanente sobre Delmiro Gouveia; sala para reuniões; sala multimídia para exibição de filmes e documentários e, na parte superior, uma estátua em tamanho real que retrata os últimos momentos de vida do industrial. A inauguração do Memorial Delmiro Gouveia ocorreu em 14 de fevereiro de 2019, quando o município completou 65 anos de emancipação política.
    Memorial Delmiro Gouveia, atração turística do sertão alagoano
  • A situação não está boa para o turismo brasileiro. Na segunda-feira (13), a Federação Nacional de Hospedagem e Alimentação (FBHA) e a Confederação Nacional do Turismo (CNTur) estimaram a falência de 10% dos hotéis e 30% dos restaurantes no país devido ao impacto da covid-19. Para se ter uma ideia, só na cidade de São Paulo, são mais de 20 mil pedidos de falência, de acordo com  Wilson Luiz Pinto, secretário-geral da CNTur e presidente do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo (SindResBar-SP). Ainda segundo a CNTur e a FBHA, cerca de 200 mil estabelecimentos encerrarão suas atividades. Somente em março deste ano, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), houve R$ 11,96 bilhões de perda de receita, o equivalente a queda de 84% em relação ao mesmo período de 2019.

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