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Braskem afunda cinco bairros de Maceió e não é penalizada

A procuradora federal Roberta Bomfim diz que uma 'responsabilização criminal' da indústria petroquímica está, ainda, ‘em tramitação’; 'não posso ir além disso’, esquiva-se

28 de Junho de 2021, 10:17

'Apesar dessa mancha no currículo', diz advogado, a Braskem vai estar limpinha caso resolva explorar minério em qualquer lugar do mundo; vai dizer que nunca foi condenada e sempre fez tudo certo'; assista ao vídeo de Eduardo Afonso Vasconcelos

Eduardo Afonso Vasconcelos

Um acordo firmado entre ministérios públicos, defensorias públicas e a indústria petroquímica Braskem definiu o futuro das indenizações das mais de 60 mil vítimas da maior tragédia socioambiental em curso no mundo, além de permitir que a autora do crime permaneça impune.

Moradores e empreendedores atingidos pelo afundamento de cinco bairros em Maceió (AL) não participaram dos processos decisórios. Depois de um ano e meio dos compromissos assumidos, mais de 70% das vítimas ainda não foram indenizadas, e os valores propostos pela multinacional controlada pelo grupo Odebrecht chegam a representar, em alguns casos, 1% do valor justo.

Se, de um lado, as pessoas vitimadas amargam estados de depressão e miséria, com uma área geograficamente afetada que apenas se alarga, de outro, as ações da empresa bilionária na Bolsa de Valores de Nova York seguem em ascensão.