Nas duas próximas sextas-feiras (21 e 28), o espetáculo será apresentado no Complexo Cultural Teatro Deodoro, no centro da capital, gratuitamente; músico Wilson Santos diz que o trabalho 'é explicativo, mas não maçante'
19 de Janeiro de 2022, 10:53
Da Redação
A Orquestra de Tambores de Alagoas estreia em Maceió, na sexta-feira (21), o concerto “Afrodidático”. O espetáculo realizado em parceria com a Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (a Diteal) tem patrocínio do Sebrae Alagoas e será reapresentado na semana que vem, também na sexta-feira (28), no mesmo horário das 15h às 17h. As duas apresentações, gratuitas, ocorrerão no Complexo Cultural Teatro Deodoro à rua Barão de Maceió, 77, centro da capital.
O concerto reúne cinco percussionistas, que também são vocalistas, trabalhando com um repertório de oito composições temáticas. O objetivo é fazer um passo a passo das composição apresentadas a partir de ritmos como ijexá, cabula, barra vento e samba de roda, com base nos batuques e sonoridades afro-brasileiras e alagoanas. De acordo com o informativo da Diteal enviado à Redação, a produção privilegia “sobretudo, a morfologia de cada um dos instrumentos percussivos utilizados”. Os instrumentos são o rumpilé, agogô, xequerê, djambê, caxixi, surdo, ganzá e o pandeiro.
O músico criador da Orquestra dos Tambores, Wilson Santos, conta que a ideia do projeto surgiu em 2012, “com o objetivo central de levar para os jovens os ritmos afros como importante elemento de transformação e de embasamento da cultura brasileira”. “A partir do meu olhar, junto com a Orquestra de Tambores de Alagoas, pudemos observar que existe essa possibilidade de fazer um trabalho não somente musical, didático, mas, também, misturar as duas vertentes. Fazer um som de forma lúdica e bacana de se escutar e, ao mesmo tempo, sendo explicativo, mas sem deixar a coisa maçante. Essa é a perspectiva do projeto de levar informação, elevando a autoestima, de uma forma leve, fugindo dos moldes tradicionais de ensino.”
O concerto “Afrodidático” se propõe, também, a valorizar a cultura afro-brasileira, de matriz africana. “Que todos os holofotes sejam para difundir a importância da cultura africana para o desenvolvimento da cultura brasileira e de sua música”, conclama o músico e produtor.
“A ideia”, diz Wilson Santos, “é fortalecer uma coisa real e não mito. Nada está sendo criado. Estamos trazendo à luz esse conhecimento para que o público conheça e se reconheça. Muitas pessoas que vivem nas comunidades de base, em sua grande maioria, são pretos e pretas, e muitos deles não conhecem a história e a importância desses ritmos no desenvolvimento da música brasileira na forma que ela se apresenta hoje. A música brasileira é conhecida mundialmente graças a esses ritmos de matriz africana e suas influências. É isso que iremos apresentar com muito orgulho.”
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