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Coletivo de Artistas Transmasculines promove live musical com artistas pretos

Apresentação on line reúne o cantor e compositor Seu Vérciah, a banda provocativa Apocalypse Cùir, o rapper e multiartista Tiely e o DJ de tecno downtempo Obrun; nesta sexta-feira (27) e sábado (28)

27 de Novembro de 2020, 16:42

Da Assessoria Coletivo Cats

Nesta sexta-feira (27), a partir das 19h, o Cats – Coletivo de Artistas Transmasculines irá promover uma live musical com artistas transmasculines pretes, fechando o mês em que se celebrou o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, data da morte de um dos maiores líderes negros do Brasil: Zumbi dos Palmares. O acesso à live é gratuito no canal do grupo de pesquisa Yorubantu, do Instituto de Letras da UFBA. Nesse sábado (28), a partir das 14h, haverá discussão sobre "Transmasculinidade negra", com Dann Santos, Leonardo Peçanha e João Hugo (mediação de Vércio Gonçalves).

As lives musicais serão realizadas com es artistas pretes Seu Vérciah – cantando à capela composições autorais mescladas com outres artistas da cena da música preta brasileira –, a transcentrada, profana, anticolonial e intencionalmente agressiva banda Apocalypse Cùier e o rapper e multiartista Tiely e o DJ de tecno downtempo DJ Obrun.

Apocalypse Cùier: transcentrades, profanes, anticoloniais e intencionalmente agressives

Para se dimensionar a letalidade do racismo que permeia todas as estruturas socioculturais no Brasil, às vésperas do Dia da Consciência Negra, João Alberto Silveira Freitas, negro, 40 anos, foi espancado até a morte por seguranças do supermercado Carrefour de Porto Alegre. Não é a primeira vez que isso acontece e infelizmente não será a última. O genocídio do povo preto tem acontecido todos os dias em espaços públicos e privados, de forma sistemática e perene.

As transmasculinidades negras, que carregam ainda mais uma camada de opressão em seus corpos, existem, resistem e se fazem visíveis, rompem silêncios históricos, anunciando um pertencimento através da arte, da música, da dança, da voz e do tom que ecoam uma existência ancestral.

O Coletivo de Artistas Transmasculines é um verdadeiro ‘aquilombamento’ de artistas transmasculines, quando se propõe a construir um espaço afetuoso de resistência e luta por visibilidade.

DJ Obrun é um dos destaques da live musical do coletivo Cats

‘Aquilombar-se’ é resgatar nossa história e refletir sobre o passado para construir um futuro de liberdade para nossos corpos e mentes, lembrando que preto também é o berço de um movimento nacional transmasculine.

Deste modo, a consciência negra continuará pulsante em memória de Zumbi, através da potência dos corpos, intelectualidades e espiritualidades de pessoas transmasculinas pretas, celebradas pelo Coletivo de Artistas Transmasculines neste mês de novembro do ano pandêmico que expõe as fragilidades de um sistema branco colonialista perpetuado na ideologia do Ocidente.

O Cats também irá integrar o "Novembro negro Yorubantu Giros" em parceria com o grupo de pesquisa Yorubantu, da Universidade Federal da Bahia, na mesa “Transmasculinidade negra em Pauta”, que acontecerá nesse sábado (28), a partir das 14h, no canal do YouTube do grupo. Será uma gira com homens trans pretos, num diálogo que nos leva a pensar, dentre outros assuntos, o sistema carcerário, o movimento de pessoas trans e a saúde do homem trans/transmasculino (no âmbito do novembro azul). O papo tem as participações des transmasculines pretes Dann Santos, Leonardo Peçanha e João Hugo, com a mediação de Vércio Gonçalves.