As duas cidades oferecem atrações ainda desconhecidas para os que vivem na capital alagoana
18 de Outubro de 2021, 16:41
Ivaldo Pinto é jornalista
Promover excursões curtas de fim de semana a municípios turísticos do interior de Alagoas tem sido a tônica da MBTOUR, agência de viagens de Maceió, que tem à frente Deucila Amorim e Betânia Barros. A mais recente teve no roteiro Palmeira dos Índios e Quebrangulo, dentro do projeto “Alagoas para alagoanos”, cuja finalidade é incrementar o turismo e movimentar a economia em municípios turísticos do interior do estado, muitos deles ainda desconhecidos para os que vivem na capital alagoana.
O micro-ônibus da Sol & Mar Turismo deixou Maceió depois das 7h da manhã e seguiu para Quebrangulo, passando por Viçosa e Paulo Jacinto, cidades que fazem parte do Vale do Paraíba. Antes de chegar à cidade onde nasceu Graciliano Ramos, grande escritor brasileiro, conhecido internacionalmente por suas obras literárias, o grupo fez uma parada na Vila São Francisco, município de Quebrangulo.
No pequeno povoado, no limite de Quebrangulo com Paulo Jacinto, fica localizado o Santuário de São Francisco, onde frei Damião se refugiava no Carnaval e atraia uma multidão de fiéis. Os visitantes foram recebidos pela secretária Turismo de Quebrangulo, Gissandra Amorim, e pelo estagiário de História da prefeitura, David Lima, que fez uma preleção sobre a história da Vila de São Francisco. Quem também se fez presente foi frei Chico, reitor do santuário, que conversou com os visitantes, abençoando-os em seguida.
Após conhecer a igreja de São Francisco e visitar as instalações do santuário, o grupo seguiu para Quebrangulo. Lá chegando, o grupo foi conhecer uma fazenda vizinha à Reserva Ecológica da Pedra Talhada. Na volta, almoçou em um restaurante do centro da cidade. Depois, houve uma visita ao Museu Municipal de Quebrangulo, localizado na antiga Estação Ferroviária. A programação teve sequência com a apresentação do grupo folclórico Nega da Costa, em frente ao museu, num oferecimento da prefeitura. O grupo é formado por homens pintados de preto e vestidos como baianas, cuja fundação ocorreu por volta de 1910.
No final da tarde, os visitantes deixaram Quebrangulo e seguiram para Palmeira dos Índios a fim de assistir ao pôr do sol na Serra do Goiti. Na chegada ao local, onde está instalada uma estátua do Cristo Redentor, o grupo teve uma calorosa recepção com a apresentação da orquestra de metais da prefeitura. No Cristo do Goiti, os visitantes ficaram encantados com a vista panorâmica da cidade; assistiram a um belíssimo pôr do sol e ainda visitaram uma feirinha do Projeto ATEG-Agronordeste, que contempla 30 famílias de bananicultores da região serrana de Palmeira dos Índios.
Em seguida, o grupo foi conhecer o Nossa Serra – Gastrobar, um moderno restaurante construído aos pés do Cristo Redentor, para beber uma cervejinha e degustar saborosas iguarias. O espaço, confortável e aconchegante, é frequentado por nativos e pessoas de cidades vizinhas. De lá, se observa um belo panorama da cidade. Revitalizado pela prefeitura, o Cristo do Goiti é, hoje, uma grande atração turística da cidade. Pessoas de todas as idades frequentam o novo espaço de lazer, onde acontecem apresentações musicais e artísticas nos fins de semana e feriados.
Passava das 21h, quando o micro-ônibus desceu a serra e se dirigiu ao Hotel Imperial, localizado na Avenida Vieira de Brito, onde os visitantes se acomodaram. Alguns, cansados, permaneceram no hotel, mas os mais dispostos foram em busca de divertimentos e encontraram um lugar bastante movimentado: o Rancho´s Cervejaria, não muito distante do hotel. Ambiente animado e frequentado pela juventude palmeirense e de cidades vizinhas, o estabelecimento conta com música ao vivo; é clube do uísque e conta, ainda, com barbearia.
No domingo, após o café da manhã, o grupo deixou o Hotel Imperial, acompanhado de Rodrigo, turismólogo da prefeitura, para conhecer o Museu Xucurus, instalado na antiga Igreja do Rosário, próxima da Catedral Diocesana de Palmeira dos Índios. No museu, que tem um rico acervo, a professora Ana Cristina de Lima Moreira, da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), e também coordenadora da memória do Museu Xucurus, fez uma bela explanação sobre o estabelecimento, envolvendo fatos políticos, históricos, culturais e religiosos. Foi bastante aplaudida.
Ao deixar o museu, os visitantes foram à Catedral Diocesana para uma rápida visita e, depois, fizeram um city tour para conhecer outros pontos turísticos da cidade. Infelizmente, o grupo não pôde visitar o Museu Graciliano Ramos, que se encontra fechado para reforma, há quase cinco anos, bem como o Açude do Goiti, tradicional atração turística da cidade, que se encontra totalmente abandonado (seco) e com obras de revitalização paradas.
Em seguida, o grupo seguiu para a Mata da Cafurna, nos arredores da cidade, para conhecer uma aldeia indígena da tribo Xucuru-kariri. Na subida da serra, numa estrada de barro, observam-se várias plantações de banana, fonte de renda dos moradores da região serrana. Na aldeia, os visitantes adquiriram peças artesanais, assistiram a uma apresentação do toré (dança ritual indígena) e almoçaram no “Espaço Magia da Terra”, atração gastronômica da aldeia. Depois, deixaram o local e retornaram a Maceió.
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