Alunos do campus Sertão da Ufal criam agenda e calendário negros 2022

12 de Janeiro de 2022, 15:49

Compartilhe

Da Redação

Estudantes do curso de Licenciatura em História, do campus Sertão da Universidade Federal de Alagoas (a Ufal), criaram calendário e agenda 2022 que homenageiam personalidades negras de Alagoas “que dedicaram a vida à luta antirracista”. “A equipe responsável pela elaboração do material”, destaca o informativo da universidade enviado à Redação, “é matriculada na disciplina Atividade Curricular de Extensão (ACE-1) e participa do Grupo de Cultura Negra do Sertão Abí Axé Egbé, um equipamento cultural da Ufal.”

O material (Calendário e Agenda) pode ser baixado gratuitamente nas redes sociais do projeto ou diretamente no site da Ufal. O professor Gustavo Gomes, que é diretor do grupo Abí Axé Egbé, coordenou toda a atividade. “É uma forma de proporcionar às pessoas uma reflexão afrocentrada durante o ano todo, não apenas no mês da Consciência Negra”, afirma Gomes, explicando que a proposta do calendário e da agenda é passar ao público informações “sobre outros marcos temporais, que não são aqueles eurocentrados, marcando o tempo em perspectiva negra, a partir de memórias culturais negras”. “O resultado ficou lindo, sensível e robusto. É um índice de que o processo de curricularização da extensão acadêmica tem dado certo.”

Leituras e debates sobre relações raciais no Alto Sertão Alagoano, com produção de conteúdos digitais e materiais didáticos, fazem parte da disciplina ACE-1. “Os produtos construídos durante essa experiência pedagógica articulam extensão, ensino e pesquisa”, informa o press-release da Ufal. “Durante as atividades da disciplina, o grupo pesquisou, leu e debateu histórias, imagens e biografias das personalidades homenageadas.”

Pesquisadoras do Abí Axé Egbé, Alice Mendes e Ellen Santos supervisionaram o material produzido pelos alunos. “Buscou-se contemplar personalidades negras, compreendidas como heróis e heroínas, que construíram importantes legados antirracistas em diferentes áreas, tais como política, movimentos sociais, artes, religião, saúde, educação e LGBTQIA+”, explica Aline Mendes. “Também houve o cuidado de mostrar referências de diferentes mesorregiões do estado de Alagoas, como Sertão, Agreste, Zona da Mata e da capital”, corrobora Ellen Santos.

O professor Gustavo Gomes diz que a agenda e o calendário negros vão além de suas funções práticas de organizar atividades. “Não é apenas um objeto utilitário para marcar o tempo, agendar-se em seus compromissos. Tem uma função pedagógica e política, ensinando sobre a memória cultural negra de Alagoas. São pessoas com vida dedicada à luta antirracista e que deixaram um legado para posteridade. É uma forma de dar visibilidade a negros e negras de Alagoas como heróis e heroínas para além de Zumbi dos Palmares.”