Especial

Encontro 'Mamelucando' acontece em Taquarana neste final de semana

É a quinta edição do evento no município do Agreste, que acontece na sexta-feira, sábado e domingo (27, 28 e 29); ocorrerão atividades culturais, palestras e mesas redondas sobre ancestralidade quilombola e resistência

24 de Maio de 2022, 10:50

Da Redação

A quinta edição do encontro "Mamelucando: Saber é no Quilombo" acontece nesta sexta-feira, sábado e domingo (27, 28 e 29). O evento será realizado na comunidade quilombola Mameluco, na zona rural de Taquarana, município da região do Agreste, distante 111 km a oeste de Maceió. A programação inclui palestras, rodas de conversa, mesas redondas e diversas atividades culturais. 

O coordenador geral do evento, Zé Duda, diz que a perspectiva desse novo encontro na comunidade “é muito boa”. “Estamos realizando essa quinta edição do encontro com toda garra e todo esforço. É um ato educativo e de reconhecimento. Cada vez mais ampliando o conhecimento.”

Quinta edição do encontro 'Mamelucando' reúne comunidades quilombolas de todo o Estado

Outras comunidades quilombolas do Estado participam como parceiros e convidados. Uma das produtoras do evento, Amanda dos Santos afirma que o encontro “é super necessário”. “O ‘Mamelucando’ resgata a cultura dos nossos antepassados, evidenciando a importância da nossa ancestralidade para que assim as atuais e futuras gerações possam valorizar suas raízes. Por muitos anos ser chamado de ‘quilombola’ era sinônimo de vergonha, muitos não se aceitavam, não se reconheciam como tal, mas a partir do ‘Mamelucando’ e de outras iniciativas culturais na nossa comunidade muitas pessoas passaram a perceber que o quilombo é símbolo de resistência e força.”

Lanchinhos e artesanato produzidos pela comunidade quilombola

Realizado pela Associação dos Remanescentes de Quilombo Mameluco, o encontro, em sua quinta edição, conta com o apoio da assessoria Movimento das Comunidades Populares e do Instituto Vozes Quilombolas, além do incentivo cultural e assessoria de comunicação da jornalista e produtora cultural Keka Rabelo.

Para José Bezerra, presidente do Instituto Vozes Quilombolas, a organização dos quilombos hoje representa para o Brasil “o compromisso coletivo de luta por melhorias sociais, historicamente negadas pelo Estado”.

De acordo com Bezerra, os quilombolas são "agentes importantes no processo civilizacional", "Por meio deles é que se pôde falar em liberdade antes mesmo da Revolução Francesa — e antes de qualquer outro movimento de libertação nacional. Esse movimento pode, também, contribuir com o momento político que estamos vivendo, com a clareza devida de retorno do governo que abriu as portas para os quilombolas, conduzido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”

Todas as atividades do encontro "Mamelucando: Saber é no Quilombo" são gratuitas. Confira a programação:

Sexta-feira (7) — boas vindas e recepção às comunidades: 19h — jantar; 19h30 — abertura com a oração tradicional; 20h10 — Palestra “Educação escolar quilombola” — palestrante: professor Bezerra e professor Josimar; 22h — descanso.

Sábado (28): 7h — café da manhã; 8h30 — roda de conversa “Análise de Conjuntura: Inclusão à Libertação?” (coordenação: Movimento das Comunidades Populares (MCP); 10h30 — lanche; 11h — continuação da roda de conversa “Análise de Conjuntura: Inclusão à Libertação?”; 12h — almoço; 14h — mesa redonda “Educação escolar quilombola”; 15h — apresentação cultural Pérola Negra, do Poço do Lunga (Coité do Nóia); 15h30 — lanche; 16h — apresentação da equipe Cavalaria São José; 16h40 — capoeira do mestre Bico de Fulô; 17h40 — tempo livre; 18h — jantar; 19h — apresentação do Candomblé do mestre Jorge Costa.

Domingo (29): 7h30 — café da manhã e despedida.