Cultura

Alê Garcia lança 'Negros gigantes' para mostrar 'como os negros podem ser protagonistas'

Escritor finalista do Prêmio Jabuti viveu a infância na periferia de Porto Alegre, na Restinga, bairro criado nos anos 1970 para, segundo ele, 'abrigar e tornar invisíveis mulheres e homens negros que vinham do interior'

26 de Julho de 2022, 16:12

Da Redação

Finalista do tradicional Prêmio Jabuti de Literatura, o criador do podcast “Negro da Semana” e um dos 20 criadores negros, segundo a revista Forbes, mais inovadores do Brasil, Alê Garcia acaba de lançar “Negros gigantes” (VR Editora, 288 págs.). “É um mergulho na vida do autor e na de personalidades que o inspiram e o empoderam. São histórias marcadas pelo colonialismo enraizado, insistente em querer determinar onde ele devia ou não estar e o que cabia ou não realizar”, destaca o informativo enviado à Redação. “Os gigantes retratados na obra assumiram os próprios tronos e venceram preconceitos.”

Para o autor, os gigantes “mostraram como os negros podem ser protagonistas e que todos temos lugares a ocupar”. Entre os heróis e heroínas abordados por Garcia estão Elza Soares, Mano Brown, Martin Luther King, Chadwick Boseman, Emicida e Lázaro Ramos.

'Todos temos lugares a ocupar', diz Garcia

Sua infância na periferia de Porto Alegre está entre as histórias que ele conta. Restinga, o bairro construído nos anos 1970, Alê Garcia diz que foi criado para “abrigar e tornar invisíveis mulheres e homens negros que vinham do interior”.

Felizmente, na década de 1980 e nas seguintes, a comunidade da Restinga se organizou e se projetou para um lugar muito distante disso. Tornou-se uma das comunidades essencialmente negras mais importantes do Brasil. [...] Reduto da resistência política, de líderes locais que influenciaram e influenciam as eleições municipais. Um exemplo de autossuficiência, empoderamento e evolução. E foi nesse lugar, entre livros, discos e amigos, que forjei parte fundamental de quem sou. ("Negros gigantes", págs. 16 e 17)

O escritor Paulo Scott, vencedor do prêmio Machado de Assis e finalista do prêmio São Paulo de Literatura diz no prefácio que o livro é “descomunal”. “É sensível, acessível, necessário. Este livro é um feito. (...) Temos aqui um marco da literatura não-ficcional."

O volume “Negros gigantes” pode ser adquirido aqui por R$ 64,90.