Especial

Ufal lança o segundo número da coleção 'O Baixo São Francisco: Características ambientais e sociais'

Volume que estará disponível no dia 16 apresenta pesquisas feitas por cientistas da universidade em quatro expedições entre Alagoas e Sergipe

04 de Agosto de 2022, 09:48

Da Redação

A Universidade Federal de Alagoas (a Ufal) realiza em Maceió, no dia 16 (uma terça-feira), o lançamento do segundo volume da coleção “O Baixo São Francisco: Características ambientais e sociais”. O evento, marcado para as 10h, ocorrerá no auditório da Reitoria, no Campus A.C. Simões, na Cidade Universitária, parte alta da capital. Trata-se de uma publicação da Editora da Ufal, apresentando os resultados de pesquisas atualizadas sobre a região do Baixo São Francisco. A edição também estará disponível no formato digital. 

“Ao longo de 23 capítulos, o leitor terá acesso a dados científicos e análises que mostram como está a região do Baixo São Francisco, situado entre os Estados de Alagoas e Sergipe”, destaca o informativo da Ufal enviado à Redação. O exemplar discorre sobre a qualidade da água do rio São Francisco na região, observando seus contaminantes, peixes, geoprocessamento, mata ciliar, assoreamento, solo, pesca, genotoxicidade e histopatologia. Apresenta, ainda, dados sobre saúde pública e bucal da população ribeirinha, arqueologia subaquática e manguezal, entre outros itens estudados pelos pesquisadores.

Livro é uma publicação da Editora da Ufal

"A região do Baixo São Francisco, apesar de representar apenas 6% da bacia do rio, é muito importante em relação à diversidade de ecossistemas, pois temos água doce e estuário, em meio à caatinga e mata atlântica. Mas também é uma das mais fragilizadas pelas ações do homem”, afirma Emerson Soares, um dos organizadores do livro e coordenador-geral das expedições (já foram realizadas quatro). Segundo Soares, a intensa variação de vazões no São Francisco “está alterando significativamente o seu curso”. “São alterações de grandes proporções, causando a formação de novas ilhas e soterrando os sítios arqueológicos catalogados pela expedição, com perdas sobre a história da região."

De acordo com a Ufal, os pesquisadores identificaram 14 tipos de agrotóxicos nas águas do Velho Chico. São venenos que, segundo as informações coletada, aliados aos efluentes lançados no rio, contaminam os peixes, causando-lhes deformidades em nível celular.

A pesquisa coordenada pela vice-reitora Eliane Cavalcanti também observou o avanço da covid-19 no interior do Estado. "Pegamos um momento em que o Plano Nacional de Imunização estava começando a avançar, ainda com a segunda dose, e automaticamente havia diminuído o número de casos”, ela afirma.

Vice reitora Eliane Cavalcanti coordenou as pesquisas

“Coletamos 604 amostras e apenas uma deu positiva, o que equivale a 0,002%, ou seja, a nossa pesquisa mostrou que o plano de imunização estava funcionando e que a doença não tinha avançado com a mesma velocidade que estava ocorrendo na capital."

Segundo Cavalcanti, o turismo da região avançou bastante, “uma vez que a população teve segurança de que não estava ocorrendo uma contaminação em massa”. 

O reitor Josealdo Tonholo diz que “é privilégio muito grande para a Ufal ter essa expedição e saber que ela está servindo de modelo para outras iniciativas em nível nacional".

Com investimentos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (a Codevasf), da Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), em novembro será realizada a 5ª. Expedição Científica do Baixo São Francisco, com abertura na cidade de Piranhas e encerramento em Penedo.